CXNobre

Estados de Espirito

Minas do Lousal

Este país tem pérolas, que se descobrem no sítios, onde nós nunca pensamos que poderiam existir. Quem viaja a caminho do Algarve, normalmente não repara numa tabuleta, antes da saída para Beja, que diz qualquer coisa como "Museu Mineiro do Lousal". E quem reparou deve ter pensado, que seria mais um museu.
Pois bem, o acaso levou-me a esta terra, o Lousal, terra de mineiros, e com uma história riquíssima. Com uma bela albergaria -Santa Barbara dos Mineiros e com um restaurante muito bom (Armazém Central), estaríamos perante mais uma aldeia em Portugal onde vários factores de qualidade se conjugavam. Mas esta terra é especial. Assente em cima de uma mina, não é uma aldeia normal, mas sim um "couto mineiro" propriedade da SAPEC - Fundação Fréderic Velge. Hoje com as minas encerradas, transformou-se no museu em homenagem aos mineiros e num centro de ciência viva.
Foi durante o almoço que começou a surpresa e quando numa das mesas, um grupo de homens começou a cantar:



Foi espantoso, como aqueles homens, antigos mineiros vim a saber depois, colocavam a alma quando cantavam. E o Amor que tinham por Lousal e o espírito de camaradagem que existia entre os mineiros, e que perdura até hoje entre os sobreviventes (cerca de 8).
Um dos principais animadores, é o Sr Manuel João Vaz, antigo mineiro (com as funções de electricista na mina), que é de uma inteligência e sagacidade raras. Quando terminei o almoço, fui dar os parabéns ao grupo. Só sei que me deixei ficar à conversa com o referido Sr. e fiquei espantado com as suas histórias, com o Amor à sua terra e a sua alma mineira.
O Lousal é terra obrigatória de visita e mais obrigatória é ter chegar à fala com o Manuel João (todos o conhecem). É que além das qualidades já enunciadas ainda é poeta:
.
Ó Lousal, terra sem par, foste a terra onde eu nasci,
ande lá por onde andar, eu não me esqueço de ti.
Lá dos tempos de menino, lembro o bairro da Estação,
os Quartéis, a Direcção, lembro o bairro do Serrinho,
São Jorge e o Barranquinho e o São Bernardo e as Oliveiras,
Salão, o bairro das Palmeiras e a Procissão a passar,
lembro as minhas brincadeiras.
Ó Lousal, terra sem par,
lembro eu os Quartelinhos, lembro o bairro dos Solteiros,
lembro os amigos mineiros que ficaram pelo caminho,
lembro também o carrinho puxado por um jumento.
Lembro-te a todo o momento, esteja aqui ou esteja ali,
não me sais do pensamento, foste a terra onde eu nasci.
Lembro o bairro de São João, lembro o bairro dos Carrascos,
lembro a erva, vejo os pastos, sinto grande comoção,
lembro no meu coração o edifício da escola,
lembro o campo da bola, lembro a malta a jogar.
estás sempre presente em mim, ande lá por onde andar.
Lembro a mina, lembro a ponte e lembro a trituração,
a oficina e a serração e as toldas ao pé da ponte,
lembro o minério e o monte, o escritório e o hospital,
o armazém e a Central.
Lembro tudo como vi, vou lembrar para toda a vida,
eu não me esqueço de ti.
.
Manuel João Vaz, lousalense, 1994

Voltarei ao tema....

19 comentários:

Paulo Simões disse...

Grande amigo,
Também sou fã da nossa terra como sabes. Adoro as estórias que se sabem, umas pelos dizeres, outras bem reais.
Fica a nota da Albergaria e do restaurante. é que eu não gosto mesmo nada de comer... Ehehehe.
Paulo Simões

paulo costa disse...

caro amigo como tenho pena dessa terra desses bairros todos ja nao terem a mesma vida de ha 34 anos quando eu com 7 anos corria esses bairros todos nos quarteis vivia eu na casa pegada ao ti manel bento na esquina vivia o guarda rios do outro lado o fatias o bairro dos caberdianos os faleiros o chico do poço uma tasca da altura a dona adlaide e sua familia ela e do norte comom fui felizno lousal pena estar desertificado como todo o alentejo por isso saudaçoes a todos os lousanenses (o meu pai trabalhou nas minas no poço 360 julgo que era assim chamado o meu pai chamavasse david o galego) parabens pelo poema

Tânia Correia disse...

Olá Olá

Muitos não me conhecem, pela tenra idade que tinha quando a mina fechou. Sou neta do Manuel Caiado, e tenho um grande orgulho de poder dizer que me sinto gente da terra.
Foi no Lousal que passei a maior parte da minha infancia e juventude.
É com algum orgulho, não todo, que vejo no esta terra se tornou. Se por um lado muitos projectos avançaram , muitos outros parece que ficaram esquecido no fundo da minha.
Para mim é, muito estranho ver as alterações arquitectonicas que a zona onde o Armazem Central sofreu. Não tenho tristeza no que vejo, mas parece-me que o Lousal perdeu alguma identidade. Quando ali passo, não vejo a zona do escritorio e do Hospital. Parece-me mais que estou numa localidade de raizes africanas. De qualquer forma reconheço que estas alterações permitiram a criação de pequenas lojas artesanais.
Faço agõra, so no fim, um reparo. Tenho a perfeita certeza, que este lindo poema não é do sr. manuel joão... não sei quem o escreveu, mas sei que desde criança que ouvia o meu avô, com grande orgulho, me dizer este poema. (è só mais uma das coisas que este sr. diz serem suas, sem serem :( )

Anónimo disse...

enquanto uns dizem que roubam poemas outros roubaram tudo o q sobrou e estava guardado nas instalaçoes da mina porque a essas instalaçoes tinham acesso aos cabos electricos(cobre)montes de bobines desapareceram,tudo o q era ferro foi vendido para a sucata e depois nao apareceram os ladroes.os negocios noturnos foram limpando o lousal agora so sobrou aquilo que se ve

Anónimo disse...

Nasci no Lousal há 45 anos e nunca deixei de estar presente nos bons e maus momentos. Estranho e fico triste ao ver comentários como o da Tânia Correia, pois assisti à estreia da declamação dos mesmos na Rádio Clube de Gândola em 1994, estou a par até das condições reais em que foram produzidos.
Conheci o seu avô,conheci e conheço o Sr. Manuel João Vaz. Sei das excelentes relações que tinham. Lembro-me do teatro de revista e do papel sobejamente conhecido do referido senhor em toda a área cultural, musical e desportiva do Lousal e não só.
É muito triste que seja lançada sobre o seu bom nome esta suspeita, para não dizer afirmação.
O meu avô também dizia muitos versos, mas sabia os seus autores.
Ter-se resguardado dizendo que não conhece o verdadeiro autor é uma táctica e assim ninguém lhe pode exigir explicações,no entanto esta aviltação do nome de outrém, fica mal, soa mal e cai mal. Sobretudo junto de pessoas que já aí estavam quando a Tânia nasceu e podem testemunhar o carácter da pessoa de quem fala tão ressentidamente.
Como disse assisti à estreia dos versos. Jamais antes alguém os tinha dito, disso também tenho a certeza absoluta.
Sugiro-lhe que consulte a Mestre Paula Rodrigues na sua obra "Vidas na Mina" onde os ditos versos aparecem com a respectiva autoria. Sem dúvidas, sem manchas, sem desconfiança.
Sabemos quem é o autor. Se dúvidas existem, que as desfaçam antes de, gratuitamente, se manchar publicamente o nome de alguém. Boa noite.

Anónimo disse...

Ó Lousal, tu ainda és
E serás para toda a vida,
Tu tens-me sempre a teus pés,
Ò minha terra querida.

Este verso é dedicado
A quem duvida de mim,
Sou, e era no passado
Poeta, mas sempre assim.

Há gente que até já diz
Que sou poeta inventado,
Digo que fiz, e não fiz
E os meus versos são roubados.

Se ainda não convencer
Àqueles que julgam mal,
Venham todos para crer,
Ao coração do Lousal.

Ó Lousal como te viram
Aqueles que te deixaram,
Não foram fortes, fugiram,
Fortes são os que ficaram.

Eu vou ficar por aqui,
Por aqui quero ficar.
Partiram todos, que eu vi
E eu não penso em abalar.

Vou mostrando aspirações
De dia e noite a lutar,
Vou criando condições
Para que possam voltar.

Não quero que me agradeçam
Deixem o meu coração,
Só quero quer não se esqueçam
Como é dura a ingratidão.

Se querem saber quem sou
Seja agora ou prásemana,
Sou neto do meu avô,
Filho do Vida Alentejana.

Anónimo disse...

nao é a primeira vez que a tania se atira contra a imagem do manuel joao através da internet,pois ja vi outras declaraçoes a atacá-lo.
faz me confusao o porquê,era bom saber,talves fosse dado razão ou não.mas o que eu sei e nunca vi foi um comentario da tania aos problemas do lousal,nunca participou nas declaraçoes do povo em prol da terra,mas para chegar e dizer mal do manuel joao teve que abrir a pagina do lousal,o que quer dizer que ela visita a pagina e vê o que se passa na mina,se lhe é indiferente o lousal porque será que se tornou amiga da mina do lousal?talves a resposta seja uma perseguiçao ao manuel joao.talves ela queira revelar,ficamos curiosos á espera das cenas dos proximos capitulos.

Anónimo disse...

Estou com o anónimo acima. É isso mesmo!
E vai ver que talvez este ressentimento seja coisa de família, nunca se sabe... contudo a ser, não é razão para vir publicamente achincalhar uma pessoa que sempre deu a cara pelo Lousal e pelo que se sabe, nunca "roubou" versos, antes tem dado tudo o que escreve.

Anónimo disse...

Então Tânia?
Não volta a reafirmar e a esclarecer as suas razões sobre a desonestidade do referido senhor?
Há aqui pessoal à espera para ver como se sai na argumentação...
Enfim, dizer mal por dizer é coisa de quem não tem nada que fazer, paciência. Há pessoas que cosem umas peúgas, fazem renda, etc, etc. outras, dá-lhes para isto!

Anónimo disse...

Pois realmente ainda não tinha escrito nada, porque há muito que não venho aqui.
Possivelmente nenhum de vós, que aqui escreveu não sabe, nem nunca irá saber as razões pelas quais, tenho um ressentimento tão grande pelo Manuel João (pessoas que foi grande amiga do meu Pai e quem os meus avós tanto ajudaram), são razões familiares é certo.
Com um bocadinho de sorte, percebem, o que de forma indirecta, o anónimo que escreveu por baixo do meu comentario afirma.
Agora Senhores, que conheceream o meu AVÔ e o Sr. Manuel João, expliquem-me o que essa afirmação quer dizer. Expliquem a infelicidade de um Homem, que toda a vida viveu no Lousal, que toda a vida foi reconhecido pela honestidade e simplicidade, e que já no fim da sua vida laboral é acusado de tais actos?
Vou-me ficar por aqui, sem pedir que esse anónimo se identifique, porque facilmente percebi quem ele deve ser ... mas a magoa e a tristeza é muito grande.

Anónimo disse...

ola a todos eu sou neta do amadeu biscaia e filha do jorge biscaia tanto o meu avo como o meu pai trabalharam na mina do lousal,e tenho muita tristeza em ver as fotos do lousal ,terra aonde eu tive uma infancia muito feliz ainda hoje quando vou a portugal eu fasso questao de visitar um beijo para todos voces que nao vejo a muitos anos ,sempre vou ter um carinho muito especial pelo lousal.

Anónimo disse...

nao sou do lousal mas fui là criada e casada,tenho estado a ler os comentarios,e vejo muita coisa mal dita ,como essa tal tania que conhaci muito bem o seu avo manuel caiado,,é pena falar so por falar em vez de falar a verdade,o tempo que a tania diz o que nao sabe o melhor era se imformar melhor sobre o lousal e sobre as pessoas do lousal,uma como a pessoa do seu avo,que deve ter historias bem interesantes para contar,

Raquel disse...

Afirmo-me, não tenho medo de mostrar a minha identidade, pois nunca cometi erro algum que me possa prejudicar. Sou a Raquel Correia, e com muito orgulho neta de Manuel Caiado. Infelizmente o meu avo não está cá para se defender, e uma vez que isso acontece deixem masé de falar do que quer que seja. Quem sabe das coisas sabe, quem nao sabe tambem ja nao tem de saber. As coisas foram vividas na altura, agora so Deus sabe as conversas que aparecem. No entanto digo, se alguem tem alguma coisa a dizer relativamente ao meu avo, não precisa dizer nas costas de ninguem, a minha familia sabe responder por si! Sff deixem-se destas conversas. A minha irmã (Tania Correia) parou. Relativamente ao comentário a cima, a minha irmã sabe doque fala, nao fala so por falar! Ah, e sim o meu avo tinha historias bastantes bonitas, engraçadas e muito interessantes acerca da Mina do Lousal!

renato seromenho santos disse...

ai lousal.lousal,não tens culpa disto tudo que por aqui passa,todos te querem mas ninguem te cuida,eu á 51anos que por aqui ando,se eles realmente gostassem de ti,vinham cá uma vez por ano,bom outros vivem cá e só sabem dizer mentiras sobre ti,ai,lousal.lousal,onde caiste tu nas mãos daqueles que nem te viram trabalhar,mas como lousalense fico muito contente por ouvir falar na minha terra.termino não digo mais nada,mas vou-me apresentar,sou o filho da maria andrade seromenho,o renato xau lousalenses,não digam mal do que é nosso

hélder disse...

Um abraço para todos os Lousalenses, directamente do Algarve.

Hélder disse...

Sou Lousalense de nascismento, nasci a cerca de 150m dos "poços 1 e 2", por isso gosto de dizer aos meus amigos que sou (da Mina), com muito orgulho. Com aspecto velho, triste, risonha,remodelada ou quase como nova, pouco me importa.
É a minha Terra, o meu sítio, o meu local, no Lousal sinto-me sempre feliz,porque recordar é viver...Um abraço para o Manuel João e também para o Renato, força Lousal.
Hélder. A.Pêra

Hélder. A. Pêra disse...

Nada do que eu sou
Nada do que eu sonho
Nada é novo
Nada que penso ou acredito ou digo
Nada é verdade

Costumava ser tão fácil
Mas eu nunca tentei
Sim,costumava ser tão fácil...

Mas no último dia de verão
Nunca se sentiu tanto frio
O último dia de verão
Nunca foi tão velho
Nunca sentiu tanto...

Tudo que eu tenho
Tudo que eu mantenho
Tudo isso está errado
Tudo que eu sinto ou confio ou amo
Tudo isso está perdido

Costumava ser tão fácil
Mas eu nunca tentei mesmo
Sim costumava ser tão fácil...

Mas no último dia de verão
Nunca se sentiu tanto frio
O último dia de verão
Nunca foi tão velho
O último dia de verão
Nunca se sentiu tanto frio

Nunca sentiu tanto...Amo-te Lousal

Abilardo disse...

EU ABILARDO (CEBOLA) TAMBEM SOU DESSA LINDA TERRA

José Manuel Guerreiro disse...

Nasci em Minas do Lousal (Bairro dos Quartéis)há 54 anos,sinto muito orgulho em ter nascido numa terra cheia de história e encanto.
Lembro-me em criança de percorrer todos aqueles montes em redor,de ir para a horta com o meu avô, o "Manuel França",de andar pelas margens da ribeira, ir até á tapada só para ver o combóio passar pela ponte, dava tudo para viver isso de novo!!!
Para acabar, quero mandar um abraço a todos os filhos(as) da terra. "Lousal para sempre no meu coração".

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