“O mercado parece estar a iniciar uma descida, o lançamento de importante produto parece não estar a responder como planeado, a estratégia fixada parece não estar a dar resultados e lá vem o director-geral, com ar constrangido comunicar ao restante management team que “teve de tomar uma decisão muito difícil e muito dolorosa”: reduzir uma percentagem x dos postos de trabalho.
Logo pelo inicio do texto vemos que é o que se está a passar com muitas empresas. Mas a pedra de toque começa mais á frente com a seguinte frase:
“Ao primeiro sinal de crise, muitas vezes provocadas por más decisões ou ausência delas, a primeira decisão era a redução de headcount”
e acrescenta mais à frente:
“(...) a verdade é que este tipo de decisões é (...) a mais fácil de tomar. É muito mais fácil despedir umas dezenas de colaboradores do que conseguir novos produtos, aumentar as vendas noutros segmentos, ou mesmo reduzir alguns custos evitáveis ou bónus dos ‘quadros’”
Não será esta a base da crise? Não terá sido causada por falsos competentes e pior não está a ser mantida de uma forma artificial? Não estará a continuar a ser uma desculpa para continuar a tapar “o sol com a peneira”
Gostei particularmente desta parte:
“Consciência social é uma das bases da tão propalada responsabilidade social. É estranho que empresas gastem rios de dinheiro a criar uma imagem de boas cidadãs e de preocupação ecológica tomem com tanta facilidade a decisão de despedir os seus trabalhadores. A responsabilidade social começa dentro de casa.”
Pois é, esta foi na muche. Os trabalhadores são sempre a moeda de troca. E quem fez asneira? No pasa nada, ...
A citação a Akiro Morita, fundador da Sony é elucidativa que dizia “não tinha trabalhadores a mais, tinha era negócio a menos”
José Bancaleiro reforça a ideia: “ (...) as empresas devem esgotar todas as todas as alternativas (especialmente aumentar o valor para os clientes e crescer o negócio) que evitem a extinção de postos de trabalhos necessários, até porque (...) o principal factor diferenciador das empresas são as suas pessoas e, na maioria dos casos, prescindir delas é deitar fora talento e conhecimento que não só pode fazer falta mais tarde, como deteriora a imagem (marca) (...)”
Toda esta questão é rematada com uma frase fabulosa: “Costumo dizer que há dois tipos de empresa: As que choram e as que vendem lenços”. Para bom entendedor ....
Aconselho vivamente a ler todo o artigo, publicado Sábado, 28 de Março de 2009 no caderno de economia.
José Bancaleiro, os meus PARABENS.
Curiosidade: Incidente com este avião
Não, não é necessário que seja complexo ou que os críticos digam que é bom. Basta gostar e sabemos que isso acontece quando, ao darmos por nós, verificamos que estávamos bem longe daquele sofá e tínhamos entrado no filme.
Quando isto acontece, dou 5 estrelas ao filme, e borrifo-me nas restantes opiniões. E pode ser um Fellini ou uma outra coisa qualquer.
Este foi um desses filmes. Simples, engraçado, com sentido de humor, irrealizável, conto de fadas, com musica e uma princesa linda... "Ella Echanted" com Anne Hathaway.
"Amor,estou triste porque sou o único brasileiro vivo que nunca viu um disco voador.
Na minha rua todos viram e falaram com seus tripulantes na língua misturada de carioca e de sinais verdes luminescentes que qualquer um entende, pois não?
Entraram a bordo (convidados)voaram por aí por ali, por além sem necessidade de passaporte e certidão negativa de IR, sem dólares, amor, sem dólares. Voltaram cheio de notícias e de superioridade. Olham-me com desprezo benévolo. Sou o pária, aquele que vê apenas caminhão cartaz de cinema, buraco na rua e outras evidências pedestres. Um amigo que eu tenho todas as semanas vai ver o seu disco na praia de Itaipu. Este não diz nada pra mim,de boca, mas o jeito, os olhos! contam de prodígios tornados simples de tão semanais apenas secretos para quem não é capaz de ouvir e de entender um disco. Por que a mim, somente a mim recusa-se o OVNI?Talvez para que a sigla de todo não se perca, pois enfim nada existe de mais identificado do que um disco voador hoje presente em São Paulo, Bahia Barra da Tijuca e Barra Mansa.(Os pastores desta aldeia já me fazem zombaria pois procuro, em vão procuro noite e dia o zumbido, a forma, a cor de um só disco voador.)Bem sei que em toda parte eles circulam: nas praias no infinito céu hoje finito até no sítio de um outro amigo em Teresópolis.Bem sei e sofro com a falta de confiança neste poeta que muita coisa viu extraterrena em sonhos e acordado viu sereias, dragões o Príncipe das Trevas a aurora boreal encarnada em mulher os sete arcanjos de Congonhas da Luz e doces almas do outro mundo em procissão.Mas o disco, o disco?Ele me foge e ride minha busca.
Um passou bem perto (contam)quase a me roçar. Não viu? Não vi.Dele desceu (parece)um sujeitinho furta-cor gentil puxou-me pelo braço: Vamos (ou: plnx),talvez...?Isso me garantem meus vizinhos e eu, chamado não chamado insensível e cego sem ouvidos deixei passar a minha vez.Amor, estou tristinho, estou tristonho por ser o só que nunca viu um disco voador hoje comum na Rua do Ouvidor. "
Carlos Drummont de Andrade
E o nosso tempo esteve tão mau, que assim que aqueceu um pouco foi a locura... As praias encheram-se... em MARÇO e antes da Primavera.
A doideira foi tal que já temos mortes em Março nas nossas praias. O pessoal perde a noção das coisas. Não que eu não goste de praia. Gosto e muito e ainda por cima vivo a 10 minutos de uma das costas mais bonitas do pais, mas não será um exagero? ou serei eu que estou armado em parvo.
Bem pelo menos os centros comerciais deviam estar vazios. Já vi dias de verão com menos pessoas na praia.
Que não seja por isso. Vamos mas é para a praia.
SATA Airbus A320 CS TKJ com o comandante Jorge Gaspar no lugar 27 A voo TP6505 Lisboa-Funchal com partida às 7h30, a 12 de Março de 2009.
Já perceberam agora a pancada? Talvez ainda não, pois digo-vos que estou a escrever este texto enquanto voo sobre o atlântico. Claro que o post não será feito agora, mas mais tarde.... a tecnologia ainda não chegou tão longe.
Mais? Nada... agora é gozar a viagem.
Mas algo aconteceu que me deixou de certo modo surpreendido.
Começou pela população que estava destinada a ver os espectáculo... juro que nunca tinha visto... tantas lésbicas por metro quadrado. Eram aos montes. Atenção que não sou homofóbico e não tenho nada contra opções sexuais diferentes. Mas fiquei surpreendido e sem saber por quê?
Antes dos espectáculo começar, fui observando e realmente tinha razão. Algum me disse "a Simone é sapatão...." (termo brasileiro e popular para lésbica). Por mim tudo bem, nada contra. Até pensei que a Simone poderia ser uma porta bandeira para a causa homosexual feminina.
Mas ainda fiquei mais surpreendido com o espectáculo. Não havia duvida, não pode haver, ou então o cinismo seria muito grande. A Simone e a ZD (Zelia Duncan) aparentavam realmente ser namoradas. E davam a indicar uma grande cumplicidade.
Depois do espectáculo vim investigar e descobri alguns blog's a fazer referência ao tema:
as vossas vizinhas e a maria papoila e entre abri a porta para um mundo realmente diferente do meu. Cheio de sinais e códigos próprios mas que se calhar se cruza comigo muito mais frequentemente do eu supunha.
Foi realmente uma noite de surpresas, mas no final continuo fã da Simone e mais ainda da ZD. Era bom que a felicidade que demonstraram em palco fosse mais contagiosa...
Foi um grande espectáculo.
Na realidade a desconfiança é um mal que afecta muita gente e é realmente mau. Segundo uma sondagem, citada neste artigo, os portugueses são um dos povos mais desconfiados da Europa.
Se nós virmos bem o que se passa no nosso dia-a-dia, somos realmente desconfiados. Não há nada que seja feito que tenhamos uma crítica de desconfiança. Se alguém nos diz alguma coisa, ficamos de pé atrás. Se for boa, só pode ser mentira, se for má, então deve ser exagero.
Mas onde é que a desconfiança nos leva? A mentir, sem margem para duvida. Sim porque não são só os outros que são desconfiados. Nós também somos. Podemos dizer que somos desconfiados porque não nos dão razão para confiar. Mas ao termos esta atitude vamos criar desconfiança nos outros. E como somos desconfiados, mentimos para que não desconfiem... mas como mentimos, também sentimos que os outros também nos mentem e... desconfiamos.
Este ciclo não pára. E depois como vivemos num ambiente de desconfiança e de mentira, somos inquisidores. E isto não pára.
"... se nos aparece à frente uma pessoa que está sempre a desconfiar de nós, que não acredita em nós, que testa tudo aquilo que lhe dizemos - o que nos apetece fazer? Naturalmente, engana-la. Se ela não acredita no que lhe dizemos, de que vale dizer-lhe a verdade? Ora isto também é válido para aqueles de quem desconfiamos. Se não confiamos neles, eles tenderão a enganar-nos"
Sentimos todos os dias esta situação. Alguém acredita que nas nossas profissões exista alguém verdadeiro... Não, e desconfiamos. O comercial é o tipo que nos engana para nos vender alguma coisa, o técnico engana-nos porque não sabe o que faz, o colega engana-nos porque quer o nosso lugar e brilhar junto ao chefe, ..etc ... etc.
Mas será que todo o mundo é mentiroso e desconfiado, ao mesmo tempo. E se dissermos que o que afirmamos é a verdade. Aí tudo o mundo desconfia.
É um processo sem fim.
Mas eu não quero contribuir para este circo. Claro que estão desconfiados... Mas também não sou naif o crédulo. Lá estão outra vez a desconfiar....
Existe sempre um equilíbrio possível, e temos que correr riscos e dar sempre uma oportunidade, não sendo DESCONFIADO.
Nesse mesmo artigo, o José António Saraiva descreveu sublimemente aquilo em que acredito e pratico:
"Nas relações com as crianças é muito fácil testar este tipo de reacções. Tive sempre com os meus filhos uma relação de confiança. Por principio acreditava no que me diziam. Claro que às vezes percebia que não estavam a dizer-me a verdade. Os miúdos raramente dizem sempre a verdade. Mas eu fingia acreditar neles. E sentia que eles ficavam com problemas de consciência. Se eu lhes dissesse: «Isto é mentira! Diz-me a verdade ou ficas de castigo» eles provavelmente ficariam na sua e até se vangloriariam de ter enganado o pai. Mas como eu aparentemente acreditava, sentiam-se desarmados ... e culpados. E em diversas ocasiões acabaram por me dizer mais tarde: «Pai, eu disse-te aquilo mas não era verdade». E assim foram-se habituando a ser verdadeiros"
Acreditem (não desconfiem...) que funciona. E não só com os filhos, sempre funcionei assim, e tive inclusive um caso profissional, que fui claramente enganado por um colaborador. Mas não tive que fazer muito para resolver o caso. Quando soube que descobri a mentira, e que tinha confiado nele e que me tinha enganado, despediu-se envergonhado.
Mas o melhor resultado de ser assim, é que compensa e conseguimos ser mais felizes, pois não andamos com uma cruz em cima de nós, sempre a olhar sobre o ombro para não sermos enganados.